O Melro

O Melro (Turdus merula) é uma ave da ordem Passeriforme comum em Portugal e visitante habitual de parques e jardins. Conhecido sobre tudo pelo canto melódico dos machos, com plumagem negra, bico alaranjado e auréola amarelada em torno do olho, distinto das fêmeas e juvenis com um padrão acastanhado com algumas riscas ténues e de vocalizações menos complexas.

Dependendo da latitude, pode ser residente, migratória ou parcialmente migratória. Em Portugal, estas aves tendem a ser residentes (podendo haver alguns exemplares ou populações migradores parciais que se deslocam para áreas mais quentes no inverno). É uma espécie abundante no nosso país, sendo uma das mais bem distribuídas pelo território, ocorrendo numa variedade enorme de habitats: bosques, florestas, zonas de pastagens com sebes, parques e jardins urbanos.

Em termos ecológicos, o Melro desempenha um papel importante quer no controle de pragas quer na regeneração de vegetação: alimentando-se de uma variedade de insetos, artrópodes e vermes e dispersando, pelas suas fezes, as sementes dos frutas e bagas de que se alimenta. No contexto dos jardins, o Melro é uma visita bem-vinda, não apenas por a sua presença trazer movimento como também, pelo agrado de ouvido quando nos contempla com a bela melodia do seu canto e ainda pelo trabalho que nos poupam já que é um controlador natural de populações de espécies que se podem converter em pragas. Os melros são atraídos para os jardins pois, em geral, fornecem: abrigo pela presença de arbustos densos, locais de nidificação pelas árvores de copa mais densa que muitas vezes temos como elemento de sombra, bem como pela disponibilidade de água – quer pelos sistemas de rega como pelos apontamentos estéticos como as fontes e lagos – e ainda porque muitos dos canteiros pelas características de solo são locais onde podem encontrar alimento.

São conhecidos pela sua habilidade de se adaptar a diferentes ambientes, incluindo áreas urbanas e jardins suburbanos, estando estas populações mais familiarizadas com a proximidade humana. É comum observa-los “à caça”, correndo pelos relvados em busca de minhocas, insetos e pequenos invertebrados. É importante mencionar que a preservação de espécies vegetais autóctones, solos vivos, bem cuidados e livres de químicos que garantam a presença de insectos e invertebrados dos quais se alimenta, bem como a presença de água, são factores que ditam o sucesso na hora de ter este visitante alado no seu jardim.